sábado, 15 de dezembro de 2012

A casa caiu papai?



Quando meus pais casaram passaram um bom tempo morando de aluguel e outro tempo morando na casa de minha avó. A casa dela era grande, então foi dividida para as duas famílias morarem. Durante algum tempo tudo ia bem, até que minha avó foi pra São Paulo resolvendo vender a casa.

Bem, meu pai teve que procurar uma casa nas pressas. Achou uma casinha pra comprar bem humilde, melhor dizendo, uma casa de taipa. Minha avó deu uma parte do dinheiro que vendera a casa a meu pai, e ele juntamente com uns trocados que economizara comprou uma casinha.

Essa casa nos abrigou durante alguns longos anos. Ela era humilde, mas era limpinha e organizada. Ela tinha dois quartos, uma sala e uma cozinha. O banheiro era do lado de fora, não tinha terraço ou varanda, mas tudo era bem arrumado, pois minha mãe sempre foi muito limpa e organizada.

Depois de algumas chuvas a casa começou a inclinar-se para trás, então meu pai teve a brilhante ideia de escorar a casa com três paus. Por incrível que pareça deu certo a casa permaneceu firme como a Torre de Pizza, creio que uma mão segurou-a bem firme.

Claro que essa não era a casa dos meus sonhos, mas foi ela que me abrigou do relento durante parte de minha infância e adolescência.  Porém, meus amiguinhos/vizinhos muitas vezes zombavam de nossa “pobreza”. Num dia quando eu seguia para minha casa depois da escola encontrei no caminho próximo a minha casa um colega que morava em minha rua, ele olhou para mim e com tom zombeteiro deu-me a triste notícia que a minha casa havia caído. Apesar daquela notícia ter dado um baque em meu coração, eu desci a ladeira em direção a minha casa sem piscar os olhos para não dá a entender que tinha acreditado no que aquele maldoso dissera. Cada passo que eu dava PARECIA UMA ETERNIDADE até, finalmente, enxergar minha casa e constatar ainda ao longe, do princípio da rua que era tudo mentira. Vocês não sabem como suspirei aliviada.

Aqui no Nordeste a expressão “a casa caiu” significa que as coisas foram frustradas, não deram certo. No sentido literal minha casa poderia ter caído, mas como disse antes tinha uma mão sustentando-a. Depois dessa temporada meu pai conseguiu comprar a casa mais “rica” da rua. Mas essa é uma outra história.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Estou com raiva da morte...


...Porque ela arrebatou de mim essa semana meu cachorrinho chamado Montanha. Ele nasceu em minha casa, por isso me apeguei tanto.

Em meio as minhas lágrimas refleti com mais clareza acerca de mães que perderam seus filhos, filhos que perderam suas mães. Algum vovô que já se foi, um tio, um primo, a morte é uma triste realidade em nossa vida.

O ser humano não foi criado por Deus para morrer, à prova é tanto que todos nós fazemos de tudo para que ela passe bem distante, o que muitas vezes não acontece. Seja como for, há algo dentro de nós que a rejeita. Geneticamente fomos feitos para viver eternamente, mas começamos a morrer desde a hora em que nascemos. A dor, a solidão, o desconsolo falam mais alto dentro de nós quando alguém querido se vai para nunca mais voltar. E são esses sentimentos que nos fazem refletir sobre a efemeridade da vida.

Devemos aprender a valorizar cada minuto em que passamos ao lado daqueles que amamos. Devemos dizer-lhe o quanto apreciamos estar com eles. Porque um dia tudo será apenas recordação.

P.S. Próxima semana acrescento a foto de Montanha para vocês verem.