quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Na Praia de Piedade quem não tem boia, boia


Aqui no nordeste do Brasil boiar pode ser flutuar pela norma culta e ficar por fora do assunto pelo dicionário de gírias. Traduzindo: àquele que não tem um objeto chamado boia fica por fora, ou seja, fica a ver navios.
Meu pai, caminhoneiro de mão cheia, não dispensava uma boia para se aventurar no mar de Piedade que é uma das praias mais lindas do nordeste. Com muita criatividade ele improvisava uma boia de uma câmara de ar da roda de um caminhão (síndrome de pobreza) – ainda bem qu’eu era criança e não conhecia a vaidade. Nossos domingos ensolarados eram os mais divertidos possíveis.
Num desses domingos de sol brilhante, ele empolgado com a boia que parecia mais um barco de tão grande pediu-me pra subir nela, o que sem mais delongas o fiz. Navegamos como se tivéssemos no Nautilus do Capitão Nemo, até que um tsunami, pois é como uma criança de 10 anos enxerga uma grande onda, nos arrebatou jogando-nos a salvos na beira da praia graças a Deus.
Depois deste episódio aprendi um ditado muito usado por aqui, “o mar não tem cabelo”. Tomar banho na praia somente se tiver arrecifes para proteger tanto das enormes ondas como de famintos tubarões.


sábado, 15 de novembro de 2014

O bom filho a casa volta

Eu voltei, voltei para ficar....  Há mais de um ano não posto neste blog, pois eu esquecera meu login. Tentei de várias maneiras me lembrar e não consegui. Foi então que meu Supermarido entrou em cena com sua habilidade dada por Deus de entender o cérebro eletrônico do computador e recuperou meu login.

Então, aqui estou novamente contando minhas aventuras e reflexões. Na próxima postagem contarei uma de minhas aventuras na Praia de Piedade.

Te amo, Antônio!

sábado, 12 de janeiro de 2013

Gosto de ser professora



Sou professora e gosto de sê-lo, não porque tenho uma sala de aula e um quadro para ensinar, pois ser professor é muito mais que ter um quadrado com bancas onde alunos enfileirados assistem sua aula. Sou professora em qualquer lugar independente de sala de aula. Uma praça, uma parada de ônibus, uma igreja, debaixo de uma árvore. Lugares que só precisam do professor e o ouvinte para haver aula.
O troféu do professor é um aluno que vence os obstáculos de um vestibular ou um concurso qualquer, também quando o vê constituindo família ou com ideias de um verdadeiro cidadão. Tudo isso fazem valer a pena seu trabalho.
Dedico este post ao meu estimado aluno Netinho por ter conseguido passar no vestibular, afinal todo seu esforço foi recompensado. E àqueles que não conquistaram esta oportunidade desta vez, digo para não se preocuparem, pois o amanhã poderá trazer novas esperanças. É importante não desistir.
Em minha trajetória escolar fui reprovada na 8ª série (9º ano) em ângulos, parte da matemática que por ironia do “destino” eu mais curto hoje. Por que ninguém me disse que eu poderia construir uma casa medindo os ângulos!? O que ontem foi difícil, hoje ou amanhã poderão ser marmelada.
Nada como um sol depois da chuva, concordam? Beijos para todos e durmam com Deus. 


sábado, 5 de janeiro de 2013

Da casa pobre à casa rica



Depois de ter aprendido as durezas da vida em uma casa simples fui morar na melhor casa da rua. A casa que todos sonhavam em ter. Não era uma mansão, mas para os moradores daquela época uma casa de alvenaria rebocada era luxo.
Nós já estávamos morando de aluguel na mesma rua e onde era casa de taipa estava sendo construída uma casa de alvenaria. Os fundamentos da casa estavam sendo erguidos quando meu pai teve conhecimento que a melhor casa da rua estava à venda. Conversou com o dono que queria vender a casa a todo custo, pois o inquilino que morava lá não estava pagando o aluguel e também não queria desocupar a casa. O dono da casa com medo de perder a casa ofereceu-a por um preço abaixo do valor real.
Meu pai endoidou para comprá-la, pois o preço era bastante atraente. O problema era só se livrar do inquilino. Meu pai foi falar com o casal que ocupava a casa, o mesmo não fez menção de desocupá-la. Meu pai que era um “pouco” chato disse: _ Então não vão desocupar a casa, né? Vou dar três dias para desocuparem a casa, se não saírem terei que entrar com minha família na casa, pois estamos morando de aluguel. Vamos morar juntos até que você saia e se achar ruim dê parte na delegacia, tenho certeza que o delegado vai ser a meu favor.
Bem, a conversa foi mais ou menos assim. Dois dias depois o inquilino saiu nas pressas da casa. Acredito que ele não quis morar com o chato do meu pai, minha mãe, seis filhos, um cachorro vira-lata e um gato.
Lembre-se amigos, não é a casa que moramos, o carro que possuímos, a faculdade, patentes, medalhas, troféus que nos fazem seres humanos especiais, e sim nosso caráter. Por nossa honra sem mácula devemos fazer o possível e impossível.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Um percurso de 365 dias



Estamos aqui para cumprir nossa missão, cumprindo metas, atingindo objetivos. Enquanto nosso planeta cumpre a sua missão temos 365 dias para cumprir a nossa.
Desejo a todos leitores deste singelo blog um ano cheio de esperança e fé no Senhor. Aos meus alunos coragem, aos colegas de trabalho saúde, aos irmãos na fé fraternidade, aos familiares amor.
 Um 2013 com os pés no chão é o que desejo a todos!
   

sábado, 15 de dezembro de 2012

A casa caiu papai?



Quando meus pais casaram passaram um bom tempo morando de aluguel e outro tempo morando na casa de minha avó. A casa dela era grande, então foi dividida para as duas famílias morarem. Durante algum tempo tudo ia bem, até que minha avó foi pra São Paulo resolvendo vender a casa.

Bem, meu pai teve que procurar uma casa nas pressas. Achou uma casinha pra comprar bem humilde, melhor dizendo, uma casa de taipa. Minha avó deu uma parte do dinheiro que vendera a casa a meu pai, e ele juntamente com uns trocados que economizara comprou uma casinha.

Essa casa nos abrigou durante alguns longos anos. Ela era humilde, mas era limpinha e organizada. Ela tinha dois quartos, uma sala e uma cozinha. O banheiro era do lado de fora, não tinha terraço ou varanda, mas tudo era bem arrumado, pois minha mãe sempre foi muito limpa e organizada.

Depois de algumas chuvas a casa começou a inclinar-se para trás, então meu pai teve a brilhante ideia de escorar a casa com três paus. Por incrível que pareça deu certo a casa permaneceu firme como a Torre de Pizza, creio que uma mão segurou-a bem firme.

Claro que essa não era a casa dos meus sonhos, mas foi ela que me abrigou do relento durante parte de minha infância e adolescência.  Porém, meus amiguinhos/vizinhos muitas vezes zombavam de nossa “pobreza”. Num dia quando eu seguia para minha casa depois da escola encontrei no caminho próximo a minha casa um colega que morava em minha rua, ele olhou para mim e com tom zombeteiro deu-me a triste notícia que a minha casa havia caído. Apesar daquela notícia ter dado um baque em meu coração, eu desci a ladeira em direção a minha casa sem piscar os olhos para não dá a entender que tinha acreditado no que aquele maldoso dissera. Cada passo que eu dava PARECIA UMA ETERNIDADE até, finalmente, enxergar minha casa e constatar ainda ao longe, do princípio da rua que era tudo mentira. Vocês não sabem como suspirei aliviada.

Aqui no Nordeste a expressão “a casa caiu” significa que as coisas foram frustradas, não deram certo. No sentido literal minha casa poderia ter caído, mas como disse antes tinha uma mão sustentando-a. Depois dessa temporada meu pai conseguiu comprar a casa mais “rica” da rua. Mas essa é uma outra história.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Estou com raiva da morte...


...Porque ela arrebatou de mim essa semana meu cachorrinho chamado Montanha. Ele nasceu em minha casa, por isso me apeguei tanto.

Em meio as minhas lágrimas refleti com mais clareza acerca de mães que perderam seus filhos, filhos que perderam suas mães. Algum vovô que já se foi, um tio, um primo, a morte é uma triste realidade em nossa vida.

O ser humano não foi criado por Deus para morrer, à prova é tanto que todos nós fazemos de tudo para que ela passe bem distante, o que muitas vezes não acontece. Seja como for, há algo dentro de nós que a rejeita. Geneticamente fomos feitos para viver eternamente, mas começamos a morrer desde a hora em que nascemos. A dor, a solidão, o desconsolo falam mais alto dentro de nós quando alguém querido se vai para nunca mais voltar. E são esses sentimentos que nos fazem refletir sobre a efemeridade da vida.

Devemos aprender a valorizar cada minuto em que passamos ao lado daqueles que amamos. Devemos dizer-lhe o quanto apreciamos estar com eles. Porque um dia tudo será apenas recordação.

P.S. Próxima semana acrescento a foto de Montanha para vocês verem.