sábado, 6 de outubro de 2012

O dia em que fui traída


Esse dia foi um dia triste para mim. Saí de casa por volta das seis e trinta da manhã para trabalhar, deixei-o para trás com um aceno, por volta do meio-dia voltei para almoçar, ele não estava. Procurei-o ao redor e não o achei. Saí novamente para trabalhar “com uma pulga atrás da orelha.” Voltei à tardinha e não o vi. Imaginei que talvez ele pudesse está na casa de alguém. Uma pessoa que todos os dias passava em frente a minha casa e cortejava-o.
Fui à casa dela conferir, qual não foi minha tristeza ao vê-lo lá sentado ao lado dela. Fiquei triste e com muita raiva, me controlei e pedi para ele voltar pra casa. Ele fingiu que estava voltando, eu vim logo atrás dele, quando cheguei em casa ele não estava. Fiquei chateada e então resolvi ligar para casa dela para saber se ele tinha voltado para lá. O sangue subiu a cabeça quando ela confirmou o que eu, no meu íntimo, já sabia.
Bug fora pra mim um presente de grego. Quando saí de apartamento para morar em casa, minha sogra deixou um filhote de cachorro na minha porta alegando que era um presente pra meu filho mais novo, mandei-a levá-lo de volta porque eu sabia que ia sobrar pra mim. E realmente, sobrou. Eu dava banho nele, preparava a comida e cuidava quando estava doente. Ele quase morreu por três vezes e eu cuidei dele como quem cuida de um filho.
Senti-me traída. Nunca pensei que um cachorro poderia negar seu dono.  O dono pode ser mendigo, lá vai o cachorro todo sujinho e magrinho seguindo ele. Bug era um cachorro tratado como rei, mas que preferiu voltar pra sua ex-dona. Ela o tinha dado a minha sogra que o deu para o meu menino.
Aprendi a superar a raiva e perdoei a escolha que ele fez. Quando ele adoecia sua nova dona vinha até mim para pedir remédios para ele, e eu sempre dava, pois considerava que ele continuava sendo responsabilidade minha. 

Faz quinze dias que ele adoeceu e faleceu na companhia dela.  Fiquei triste ao saber a notícia, mas feliz por ter sido a traída e não a traidora.

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